À eclosão da Primeira Guerra
Mundial, a Alemanha dispunha da mais poderosa aviação militar da nações
beligerantes: cerca de 300 aeroplanos e 6 dirigíveis. Mais fracos eram os
Impérios Centrais, com 150 unidades. A vantagem inicial: o fato de dispor de
projetistas como Anthony Fokker, Reinhold Platz (Fokker Dr.I e D VII), como R.
Thelen e Schubert ( Albatros D), como Ernest Heinkel (Albatros B e C,
Hansa-Brandenburg D I e W 12), e como Hugo Junkers. A capacidade produtiva,
sempre de alto nível, fez com que a superioridade alemã nos céus constituísse,
durante longo tempo uma dura realidade (para os seus inimigos). A Alemanha
produziu 4.000 aeroplanos em 1915, 8.000,em 1916, 19.700, em 1917, dando um
importante total de cerca de 48.000 exemplares no curso de duração do conflito.
No mesmo período, a Áustria-Hungria produziu 5.431 aeroplanos. A invenção do
dispositivo de sincronização da metralhadora com o girar da hélice, que se
deveu à genialidade de Fokker, contribuiu não pouco para dar à Alemanha o
domínio dos céus (com os Fokker E); isto aconteceu até à metade de 1916, quando
os Aliados se puseram em condições de contrapor o Nieuport 11. A supremacia
aérea passou de um lado a outro dos contendores até os começos de 1918, quando
essa supremacia se consolidou em nãos dos Aliados. As forças aéreas alemãs
unificadas no dia 8 de outubro de 1916 sob um comando único, sempre se
impuseram ao respeito dos seus adversários, seja pela qualidade dos aeroplanos,
seja pela temeridade dos comandantes nas missões de bombardeio, seja pela
excelência dos pilotos. A Alemanha pode orgulhar-se de ter possuído o maior dos
ases da Primeira Guerra Mundial: o lendário "Barão Vermelho", o mesmo
Manfred von Richthofen (80 vitória) que guiou, no seu Jagdgeschwader, "circo",
muitos dos 364 ases alemães. Mas também Max Immelmann (15), Ernest Udet (62),
Erich Loewenhardt (53), Wener Voss (48) e Oswald Boelcke (40) devem ser
lembrados. Entre os austríacos, são dignos de nota Godwin Brumowski (40),
Julius Angi (32) e Frank Liuke-Crawford (30).
Fonte: Os aviões - Enzo Angelucci.